SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.3 issue3Inovação e patentes: o tempo de maturação no BrasilDiretório de patentes author indexsubject indexsearch form
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Article

Indicators

  • Have no cited articlesCited by SciELO

Related links

  • Have no similar articlesSimilars in SciELO

Bookmark

Inovação Uniemp

Print version ISSN 1808-2394

Inovação Uniemp vol.3 no.3 Campinas May/June 2007

 

 

Patentes de próteses intravasculares: novos materiais salvando vidas

 

 

Alex Garcia Todorov

 

 

As doenças cardíacas representam, hoje, uma das principais causas de morte em todo o mundo. A progressiva obstrução das artérias coronárias, responsáveis por irrigar com sangue o tecido cardíaco leva a diversos fenômenos, tais como: isquemia, angina, insuficiência cardíaca e, finalmente, o infarto agudo do miocárdio. Tradicionalmente, a resolução cirúrgica dessa situação se dava através da conexão da artéria aorta às coronárias, desviando o fluxo sangüíneo dos trechos comprometidos dessas artérias. Isso é feito utilizando-se uma veia transplantada da perna do paciente, procedimento popularmente conhecido como "ponte de safena". Embora eficaz, essa cirurgia é bastante invasiva, sendo inadmissível em determinados pacientes, quando o risco inerente não compensa o procedimento.

Mais recentemente, uma alternativa muito mais segura vem sendo empregada. Trata-se dos dispositivos chamados stents. Esses artefatos possuem, em geral, o formato de uma malha metálica, a qual é inserida numa forma colapsada dentro da artéria, sendo em seguida inflada através de um balão. A malha então se expande e empurra as paredes do vaso sangüíneo de volta à sua forma original, garantindo a abertura do canal e a circulação livre do sangue. Todo esse procedimento é executado por meio da utilização de um cateter sendo, portanto, muito mais seguro do que uma intervenção cirúrgica de grande porte. No entanto, uma alta porcentagem de pacientes submetidos a essa técnica apresenta, cerca de seis meses depois, uma re-oclusão dessa área expandida, fenômeno denominado reestenose. As causas da reestenose ainda não estão completamente esclarecidas, mas sabe-se que a ocorrência de inflamação na região do stent é uma das maiores responsáveis.

 

 

Devido à importância econômica dessas cirurgias, muitos grupos de pesquisa vêm se esforçando na criação de novos stents, e o sistema de propriedade industrial se torna a escolha lógica e natural para a proteção dos novos produtos e processos desenvolvidos. Para impedir ou diminuir a ocorrência de reestenose, novas próteses foram criadas sendo agora capazes de liberar medicamentos nos locais em que são implantadas. Dessa forma, além do efeito mecânico na conformação do vaso, elas apresentam também efeito farmacológico. Tudo isso graças ao desenvolvimento de novos polímeros que revestem a prótese e que são capazes de reter os medicamentos sobre a superfície metálica do stent, e seu potencial de liberação lenta dessas substâncias. Um levantamento das publicações feitas no Brasil e no mundo, nos últimos nove anos, feito na base de dados do Escritório Europeu de Patentes (Epodpc), e classificados em A61K 2/06 na Classificação Internacional de Patentes, referente a próteses implantáveis no interior de vasos sangüíneos, permitiu um acompanhamento da evolução do número de depósitos de pedidos de patente ao longo dos anos . Ressalta-se o crescimento das publicações em todo o mundo, tendência não verificada no Brasil. Nessas publicações brasileiras, verifica-se um baixo índice de participação de depositantes nacionais frente aos estrangeiros (Gráfico 1).

 

 

A seguir, alguns exemplos de pedidos de patentes depositados no Brasil para esta tecnologia.

 

Alex Garcia Todorov é pesquisador do Centro de Divulgação, Documentação e Informação Tecnológica (Cedin), da Diretoria de Articulação e Informação Tecnológica (Dart) do INPI.