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Inovação Uniemp

versão impressa ISSN 1808-2394

Inovação Uniemp v.3 n.5 Campinas set./out. 2007

 

 

Dois amigos na selva. Encontram um tigre que ameaça atacá-los. Um deles abre a mochila, tira um par de tênis para trocar de calçados. Agachado, enquanto os amarra, o amigo pergunta:

— Você acha que pondo tênis vai correr mais do que o tigre?

Ao que ele retruca:

— Não, mas vou correr mais do que você.

Essa historinha, uma das preferidas dos palestrantes de recursos humanos (RH) pelo mundo afora, ilustra bem o clima de competitividade e a esperteza marota que domina os ambientes de discussão, de estudo e das práticas que caracterizam a área nos tempos atuais.

Quando a globalização da economia globalizou-se efetivamente, após a queda do Muro de Berlim em 1989, o mundo foi contagiado pelo fenômeno da reengenharia de pessoal, que logo se revelou um eufemismo para cortes e enxugamentos nas empresas visando à adequação de procedimentos aos novos tempos.

Com o passar dos anos, as coisas foram se assentando, a globalização ficando e o apanágio dessa nova era foi se consolidando na educação como condição indispensável da garantia de um lugar ao sol que, mesmo assim, não deixou de estar sujeito a chuvas e trovoadas.

Atualização, educação continuada, políticas de RH, rotatividade de pessoal, experiência acelerada em tempo real, competência, competitividade, fidelidade, dedicação, entrega, mas sempre com um olho, desconfiado, atento ao movimento da vizinhança para não perder a vaga no portão.

Henry James, em seu último romance, The golden bowl, publicado em 1904, (traduzido para o português com o título Infidelidades) anota, logo no início da narrativa, em estilo indireto, uma observação, entre cínica e realista, do personagem Príncipe Amerigo, italiano e falido, em busca da fortuna de Maggie Verver e de seu pai Adam, este viúvo e ambos americanos:

"Agora ele não se enganava — seu futuro devia ser científico. Nada poderia impedi-lo. Ele estava se aliando com a ciência, pois que coisa era a ciência senão a ausência de preconceito sustentada pela presença de dinheiro?"

Uma outra versão, mais contemporânea, da reflexão do Príncipe na entrada do século passado, e não menos realista do que a sua é encontrada no que empresários e executivos gostam de repetir sobre o tema do conhecimento no universo das tecnociências: a ciência transforma dinheiro em pesquisa e conhecimento; as tecnologias e a inovação transformam a pesquisa e o conhecimento em dinheiro.

É na lógica desse circuito que se inscrevem também as políticas de RH, na atualidade social de nossos desafios. É isso que o leitor acompanhará no dossiê principal deste número da revista conhecendo também o Proinovar, programa novo do Uniemp para apoio às empresas, além de seguir conosco nos trabalhos de refinamento do IBI e encontrar, nas demais páginas, notícias, informações, notas e reportagens, girando sempre em torno da Inovação.

 

Carlos Vogt - Editor Chefe