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Inovação Uniemp

versão impressa ISSN 1808-2394

Inovação Uniemp v.3 n.6 Campinas dez. 2007

 

 

 

Inovações tecnológicas priorizam mobilidade e segurança ao cliente

 

 

por FLÁVIA GOUVEIA

 

 

A INFORMATIZAÇÃO DOS SERVIÇOS BANCÁRIOS É UM DOS SEGMENTOS EM QUE O BRASIL SE DESTACA INTERNACIONALMENTE POR SEUS AVANÇOS TECNOLÓGICOS

A última tendência em automação bancária é a mobilidade dos serviços. O banco tornou-se progressivamente móvel, acessível de qualquer lugar graças à tecnologia dos telefones celulares. O chamado mobile banking é visto como a terceira revolução tecnológica no atendimento ao cliente (a primeira introduziu os caixas eletrônicos e a segunda, a internet). O "banco no celular" incorpora mais de 60 tipos diferentes de tecnologias que permitem não apenas a realização de transações bancárias de pagamentos e movimentações financeiras, mas também uma nova forma de efetuar pequenas despesas, reduzindo a necessidade de se ter dinheiro no bolso. José Luis Prola Salinas, vice-presidente de Tecnologia e Logística do Banco do Brasil, afirma que o banco já possui 8,4 milhões de clientes habilitados em internet e mobile banking e que a tendência é de crescimento contínuo desse novo canal.

A mobilidade dos serviços bancários — tema do CIAB 2007 (Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras), maior evento de Tecnologia da Informação (TI) da América Latina, realizado em junho —, ainda não é uma facilidade acessível à maioria da população. Embora os bancos brasileiros sejam referência mundial em uso de tecnologia, e o telefone celular seja a nova fronteira estudada pelos bancos como canal para o cliente realizar suas transações bancárias, como destacou durante o evento o diretor geral da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Wilson Levorato, estima-se que 70% das pessoas que têm celulares não possuam conta em banco.

As inovações mais significativas do segmento refletem a maior valorização dos softwares no processo de automação bancária, segmento este dificilmente percebido pelos usuários mas que é o cerne do processo e seu grande elemento dinamizador. Em estudo realizado pela Softex - Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro, em 2006, observou-se que "a ênfase na automação bancária migrou da área do hardware para a do software, apesar dos desenvolvimentos em ambas serem complementares". Entre as inovações mais bem-sucedidas e mais promissoras, destacam-se as transações via telefone celular, os certificados digitais e as soluções em segurança da informação.

 

CELULAR E CARNÊS DIGITALIZADOS

Nos próximos anos, os bancos deverão realizar grandes investimentos para tornar o telefone celular o veículo de massa para a "bancarização" no país onde o número de aparelhos já passa de 100 milhões, enquanto os usuários do internet banking somam 27,3 milhões, segundo dados da Febraban. Apesar desse potencial de crescimento do uso de celular para serviços bancários, há divergência de interesses entre os bancos e as operadoras de telefonia, um obstáculo a ser transposto. Até agora, mesmo entre os países com maior uso de tecnologia, as plataformas não são compatíveis. O Brasil já utiliza as principais tecnologias disponíveis, mas também não possui uma plataforma única que permita cobrança e pagamento, por exemplo, além de uma padronização na troca de dados entre bancos e operadoras.

 

 

Além de funcionar como cartão de crédito ou débito, sobretudo para os chamados micropagamentos, como transporte por táxi ou metrô ou despesas de alimentação (como lanchonetes e deliveries), o celular permite também compras à distância, ou seja, alguém pode comprar um produto ou serviço para outra pessoa que esteja longe dali. O vendedor localiza remotamente o usuário pelo número do celular para solicitar sua aprovação e então efetuar a transação. As soluções em segurança (leia a seguir) prometem garantir o bom funcionamento desse sistema.

Maurício Ghetler, consultor da Febraban, afirmou, durante o CIAB 2007, que o mobile banking deverá responder por 10% das transações bancárias até 2010 no país. Em 2006, as transações por mobile banking alcançaram 25 milhões de operações e estima-se que o mercado bancário deverá registrar perto de 100 milhões de transações pelo celular neste ano. HSBC, Itaú e Banco do Brasil são exemplos de bancos que já adotaram o sistema de banco por celular, ainda em fase experimental.

Segundo Salinas, o Banco do Brasil é o primeiro a oferecer uma solução completa de atendimento, relacionamento e negócios via celular, com cobertura em 99% do território nacional. Tem um serviço de auto-atendimento pelo celular que permite a realização das principais operações bancárias, como consultas de saldos e extratos, transferências, recarga de celular pré-pago, empréstimos pessoais e pagamentos de títulos, acrescenta. "Está em implantação a função de pagamentos via celular até mesmo para compras realizadas à distância — o mobile payment. O pagamento pode ser feito na modalidade débito em conta corrente ou cartão de crédito. A operação ainda é piloto, nas cidades de Brasília e São Paulo", diz Salinas.

 

 

BOLETOS DE COBRANÇA

Outra inovação de grande impacto é a digitalização dos boletos de cobrança, que os consumidores estão acostumados a pagar nos diversos canais dos bancos. A iniciativa é coordenada pela Febraban, com a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP) para implementá-la. A CIP pertence a 43 bancos e realiza serviços de processamento, compensação e liquidação de transferências interbancárias. Diariamente, a CIP faz 5 milhões de boletos de cobrança, que deixarão de existir em meios físicos.

Com a digitalização, os clientes poderão ganhar agilidade, segurança e novos serviços ligados a e-mails, internet banking e celulares. Para os bancos (e para o meio ambiente), os ganhos incluem economia de papel, redução do lixo e menor custo de combustível, relativo ao transporte dos boletos em papel, que serão eliminados.

O superintendente da CIP, Joaquim Kavakama, explicou que o grande objetivo desse projeto é tornar o processo mais seguro. A previsão é disponibilizar o produto para os clientes bancários no segundo semestre de 2008. A estratégia deverá priorizar os clientes corporativos, o chamado B2B, para depois ampliar o alcance para outros segmentos.