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Conhecimento & Inovação

versão impressa ISSN 1984-4395

Conhecimento & Inovação v.6 n.1 Campinas  2010

 

VITRINE

 

Vitrine de tecnologias

 

 

 

 

 

TRAJETÓRIA DA BROCA VISTA EM 3D

Visualizar a trajetória da perfuração de poços de petróleo, fundamental para garantir produtividade de óleo e gás ao final do processo da construção de um poço, pode se tornar uma tarefa mais simples. Um software patenteado pela Unicamp é capaz de mostrar, em três dimensões, a inclinação da broca e outros dados, como o quanto se avançou na perfuração e sob qual pressão.

"Nem sempre a perfuração de um poço de petróleo é vertical: algumas vezes, a broca desvia de direção indesejadamente, pois as rochas oferecem resistência a ela", explica um dos inventores, Celso Kazuyuki Morooka, professor titular da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp.

À medida que as informações são colocadas, o software é capaz de indicar as soluções. Os sistemas existentes até agora mostravam dois planos independentes e o operador era quem tinha que tirar as conclusões.

Criado em 2005 por Morooka, José Ricardo Pelaquim Mendes, Ivan Rizzo Guilherme, Kazuo Miura e Rogério Martins Tavares, o chamado Bit Navigator prevê a direção da broca em tempo real.

 

SOLUÇÕES PARA TRANSPORTE EM ÁGUAS ULTRAPROFUNDAS

Equipe da Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, desenvolveu um conceito inovador para o transporte de óleo e gás em grandes profundidades: o duto-sanduíche.

Composto de dois tubos de aço concêntricos recheados por um material polimérico, o duto-sanduíche se destaca no enfrentamento de desafios para o transporte de petróleo em águas ultraprofundas, de mais de 1,5 km, onde são submetidos à grande pressão e a mudanças de temperatura.

De acordo com Segen Farid Estefen, do Laboratório de Tecnologia Submarina da Coppe, o duto-sanduíche tem duas vantagens: é capaz de resistir à alta pressão e de prover isolamento térmico para evitar formação de parafina, no caso do óleo, e de hidratos, no caso do gás. Além do isolamento térmico, estudos indicaram que o duto-sanduíche tende a ser mais leve, reduzindo custo com o aço e facilitando a instalação. Com vistas à inserção no mercado, a tecnologia está hoje em fase de desenvolvimento de protótipos para testes em escala real, em conjunto com a empresa TenarisConfab S/A. O sistema de três camadas superpostas, criado por Estefen, Ilson Paranhos Pasqualino e Theodoro Antoun Netto, foi patenteado em 2002, no Brasil e no exterior.

 

 

Um modelo submetido a grande pressão suportou o equivalente a uma profundidade de 3.550 metros. A pressão usada no teste foi a que ocorrerá caso o fluxo de óleo pare durante a operação.

 

ABERTURA CENTRAL DÁ ESTABILIDADE

A necessidade de buscar petróleo em águas cada vez mais profundas fez pesquisadores brasileiros desenvolverem uma plataforma de extração capaz de manter maior estabilidade. Feita de uma única coluna circular e com uma piscina (chamada de moonpool) no centro do casco, a estrutura flutuante possibilita minimizar as oscilações causadas pelas ondas e pelo vento. Batizado de MonoBR, o projeto foi patenteado em 2003 pela Petrobras e já gerou outras patentes.

Uma abertura restrita na parte inferior da piscina, bem dimensionada, amortece os movimentos: quando a onda do mar sobe, o volume de água da piscina faz o movimento contrário, compensando a oscilação. Aberturas no casco nunca tinham sido projetadas com essa finalidade. A geometria cilíndrica e contínua, por sua vez, suporta melhor as inclinações se comparada a outras estruturas.

O trabalho de Ana Paula dos Santos Costa, Kazuo Nishimoto e Isaías Quaresma Masetti foi fruto da parceria entre o Departamento de Engenharia Oceânica e Naval da Escola Politécnica da USP, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas e da Universidade Federal do Rio de Janeiro.