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Conhecimento & Inovação

Print version ISSN 1984-4395

Conhecimento & Inovação vol.6 no.1 Campinas  2010

 

Ecoinovação

 

 

Simone Pallone

 

 

UM NOVO MODO DE MORAR

 

 

Sustentabilidade num projeto arquitetônico não é apenas o melhor aproveitamento dos recursos, mas a escolha de materiais menos impactantes ao ambiente também é importante. Esse foi o insight da arquiteta Renata Marangoni, que criou um espaço infantil para uma mostra no interior de São Paulo. Sua Casa Sapo - como ela o chamou - foi feita apenas com materiais reciclados ou recicláveis. "No piso eu usei madeira reciclada, da Koba; para cobrir a casa, telhas de fibra vegetal Onduline; o revestimento ganhou caixas Tetrapack", diz Renata. A estrutura, sem divisão entre parede e telhado, é toda em aço oxidável, da Gerdau e da V&M; e o vidro, que reveste uma área importante do projeto, é da Divinal Vidros.

O resultado foi uma nova concepção de casa, ou abrigo. O ponto de partida foi o desenho, a partir do qual, a arquiteta buscou os materiais que a ajudariam a compor esse espaço, imaginado para receber crianças, mas que pode ser adaptado para uma moradia ou para outro tipo de projeto - um escritório, uma loja, ou uma lanchonete. Renata diz que não conhecia esses materiais e aceitou o desafio pela possibilidade de fazer um experimento com novos materiais, sustentáveis, e com um novo tipo de projeto, uma casa na qual não se percebe onde uma coisa começa ou termina.

Quem também apostou no projeto foram as empresas que doaram os materiais. Para a arquiteta as empresas deveriam investir mais em soluções e adaptações dos seus produtos para novos projetos. "Inovar cada vez mais, e trabalhar de forma mais próxima com o engenheiro e o arquiteto no desenvolvimento de novos materiais que visem atender essa demanda de projetos sustentáveis". Este é o recado da arquiteta.

 

GESTÃO AMBIENTAL

Um projeto desenvolvido pela empresa Verti Ecotecnologias, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), conseguiu transformar um resíduo indesejável que é gerado na produção do biodiesel em novos polímeros, que podem ser usados na indústria química e em outros setores. A empresa tem focado suas primeiras pesquisas de aplicação do novo polímero oriundo do glicerol em dois mercados: mineração e agricultura.

Para a mineração, a Verti está desenvolvendo em escala piloto um polímero para supressão de poeira, evitando assim desperdício de produtos durante o transporte do minério de ferro. Na agricultura, o foco é o encapsulamento de fertilizantes nitrogenados, de forma a evitar a perda de macro-nutrientes por lixiviação ou interferências do tempo. Em suas pesquisas, a Verti procura por parceiros estratégicos para desenvolvimento, produção e comercialização dos produtos.

 

TECIDO ECOLÓGICO

O instituto-e é responsável pelo projeto e-fabrics, que procura identificar tecidos e materiais de origem sustentável, renováveis ou reciclados, e disponibiliza as informações para o mercado, colocando em contato as duas partes da cadeia produtiva, ou seja, o fabricante e o comprador da matéria-prima. Entre os critérios para participar do projeto, os materiais precisam oferecer menor impacto ao ambiente em seu processo produtivo; promover o resgate da diversidade de tradições culturais e fomentar relações éticas entre as comunidades e colaboradores. A iniciativa tem beneficiado o mercado com opções como o látex natural da Amazônia, feito de maneira sustentável e tingido com pigmentos naturais; couros de peixe - pirarucu e tilápia - e de rã, feitos a partir do descarte da indústria alimentícia. A seda ecológica é fiada à mão a partir de descarte da indústria, e tingida com pigmentos vegetais.